Lançamento do livro de Marielle Franco na UFPB reaviva legado da vereadora
- Elizabeth Souza
- 12 de dez. de 2018
- 2 min de leitura

Realizado na noite desta segunda-feira, 10, o lançamento do livro de Marielle Franco intitulado “UPP – a redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro” reuniu professores, estudantes e movimentos sociais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Promovido em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e a Editora N-1, o evento ocorreu no dia em que é comemorado os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Realizado no mês em que se completa 9 meses do episódio trágico que pôs fim à vida de Marielle, a mesa de abertura do evento, composta pela professora e coordenadora do NEABI, Solange Rocha; pelo professor Paulo Moura do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB ; e pela organizadora do evento professora Surya Pombo; frisou o lançamento do livro como um ato político que reforça a cobrança de respostas sobre o caso da vereadora, morta no dia 14 de março de 2018. “Não temos nenhuma resposta do Estado brasileiro que é cúmplice dessa violência que vem acontecendo com muitas trabalhadoras e trabalhadores ao longo deste ano”, destacou Solange Rocha.
Professora do curso de Secretariado Executivo da UFPB e também organizadora do evento, Luz Santos integrou a segunda mesa e trouxe reflexões sobre o livro com o olhar plural do Feminismo Negro. De acordo com Luz, a realização do lançamento em um espaço como a UFPB é uma forma de também valorizar as causas que a vereadora defendia. “É importante demarcar esse território, e ter feito o lançamento do livro aqui na universidade, um espaço público, é reavivar as atuações feitas por Marielle, que defendia a educação”, contou.
Também esteve presente no evento Fátima Solange Cavalcanti, tia da vereadora, que compôs a mesa de encerramento e recebeu a placa Marielle em homenagem à sua sobrinha.
“Eu fico feliz porque é aqui que ela também viveu parte de sua infância e ver o legado dela reconhecido no dia dos Direitos Humanos é muito gratificante, porque a história de Marielle perpassa esses direitos. Hoje, o legado é de orgulho”, comentou Fátima.

Adaptação da dissertação de mestrado defendida por Marielle, em 2014, na Univerisdade Federal Fluminente (UFF), o livro “UPP – a redução da favela a três letras”, aborda um estudo sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) por meio da perspectiva da Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro e o processo de militarização, levando em conta o posicionamento da autora enquanto mulher, negra e moradora da favela da Maré.
"Ler Marielle significa buscar ter essa compreensão da forma como a política de segurança é abordada no Brasil, de quem faz política, enquanto governo, quem opera essa política e muitas vezes essa ausência de comunicação. A obra traz a compreensão dessa rede, desse processo de militarização que, muitas vezes, criminaliza quem precisa de apoio", completou Luz Santos.

Durante o lançamento do livro ainda foram realizadas intervenções poéticas em memória ao dia da morte de Marielle Franco, que ocorreu na data em que é comemorado a poesia, 14 de março. As intervenções ficaram a cargo de Laís Barbosa, integrante do Movimento de Mulheres Negras na Paraíba.
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